Concurso e História
Para minha surpresa ontem venci o concurso da "Mais bela negra do SL" promovido pela All Hair - que eu já agradeço desde agora a disponibilidade para idealizar e executar o concurso. Foi lindo, foi leve e foi politizado. Obviamente estou imensamente feliz. Lembro que meu discurso antes de entrar foi de que eu não gostava nem de assistir concurso de beleza por não me sentir representada neles. E confesso que em um determinado momento do meu egoísmo e equívoco intelectual acreditei que moda fosse algo fútil (Ah.. o diabo veste Prada). Ao mesmo tempo que essa minha trajetória me fez olhar com mais cuidado para as pessoas ao meu redor. Então meu agradecimento é uma reflexão também sobre minha vitória: Eu ganhei
Mas meu corpo negro - sl e rl -é apenas um tipo de corpo entre vários corpos que existem. E eu fiquei imensamente feliz em dividir o momento com Alice Benett e Isa Correia, mulheres negras com corpos diferentes do meu. Existem mulheres negras naturalmente loiras, mulheres negras magérrima ou gordas, mulheres negras largas e fortes ou estreitas, mulheres negras baixas, altas, de traços de rosto mais finos ou mais largos. De seios e quadris fartos ou não. E Isso tudo é belo e possível. Não devemos nos enquadrar. Todas nós somos representantes do que é ser negra, do que é estar negra e do que é resistir enquanto negra. Nosso corpo é nossa história. Chimananda Ngozi Adiche já nos fala do perigo da história única e universal. Não deixemos que eles silenciem nossas histórias. Não deixemos que eles contem as nossas histórias. Sejamos vozes de nós mesmas.
Eu repeti muito a palavra negra, não é? É que eu lembro que a primeira família do SL que me acolheu (a qual eu não faço mais parte) queria me chamar de morena mesmo eu batendo o pé de que sou uma mulher negra.
Black is beautiful - Negro é é lindo.
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