Abre caminhos: Café da manhã, SL e negritude



Eu ouvi falar do Sl em uma revista meio tardiamente. Faz cinco anos que escutei falar do jogo e três anos que entrei. Sim - não sou do universo virtual propriamente dito. Tenho 30 anos na rl e logo farei 31. Sou artista, arte-educadora e professora. Problematizo várias questões de minorias sociais a partir da minha prática cotidiana. Ou seja: milito a partir da minha (r)existência.

Antes de entrar no SL, li um artigo sobre o corpo negro no SL. Nele, os pesquisadores universitários se debruçaram no metaverse para discutir o olhar que transpassa o corpo negro, sendo pelos próprios controlador do avi ou por outro avi. A conclusão é que as ações vivenciadas na RL eram levadas ao SL, de modo que as próprias pessoas negras faziam avis brancos, loiros e de olhos azuis para serem aceitos socialmente.

Eu, teimosa que sou, resolvi manter minha identidade afro-brasileira e latina. Bato cabeça pros meus orisàs e trago em mim simbolicamente toda a beleza e dor dos que vieram antes de mim. Assim sendo, fiz um avi negro.

Apesar de eu notar uma grande evolução no pensamento de negritude - sem questionar se é moda ou uma identidade simbólica mais profunda - ainda é mais complicado ser negra no SL. E quanto mais retinta a pele, mais complexo é. Não é apenas pela qualidade e diversidade dos materiais apresentados para compor um avatar. Isso também diz respeito a mas como as relações com outros avatares e pessoas são estabelecidas. 

Assim sendo, pensei em construir um espaço onde pudéssemos ter facilidade em encontrar coisas feitas para avatares negros. Coisas que não sejam apenas étnicas ou ancestrais. Coisas para que possamos entender que ser negro ou negra, vir de áfrica ou não está além de um turbante utilizado em algum momento. Está no nosso dia-a-dia.

Sejam todos bem vindo ao quilombo. Tenham um bom ajeum.

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